Se para os fãs da Volkswagen o fim do Fox foi uma notícia triste, 2022 não será diferente para os fãs da Renault Sandero, após quase 15 anos de mercado no Brasil.
Mesmo saindo por mais de R$ 95 mil, o carro esportivo se tornou raridade dentro das concessionárias nos últimos tempos e a paralisação do estabelecimento próprio da Renault em São José dos Pinhais, São Paulo, só agravou essa falta.
Confira mais informações a seguir!
RENAULT SANDERO E O FIM DA LINHA NO BRASIL
Depois de passar por diversas atualizações, tanto no que diz respeito a estética e motorização, as versões do Renault Sandero alternam entre 1.0 e 1.6, com opções de 8 ou 16 válvulas.
Em 2015 chegou uma versão mais esportiva, mais potente e com um preço também um pouco mais fora da realidade, pelo menos para os fãs da marca que estavam acostumados à proposta inicial de ser um hatchback raiz e mais acessível.
Em 2015 seu preço inicial era na faixa dos 58 mil reais. E seis anos depois, como num passe de mágica chegou a valer 90 mil reais, do outro lado da ponta do arco-íris de quem sonhou um dia ter um Sandero R.S.
Desde o início de 2020 até as últimas semanas do mês de setembro, quando então se tornou difícil encontrar um Sandero R.S nas concessionárias, foram vendidos apenas 1% do valor total das vendas do Renault Sandero no mesmo período, aproximadamente 20.000 unidades emplacadas. E a coisa só piorou em 2021 com pouco mais de 10 mil unidades.
Acredita-se então que as últimas unidades produzidas em setembro tendem a permanecer no mercado por pouco tempo, a legislação não permite a venda após período determinado por lei.
DESVALORIZAÇÃO NO MERCADO
Mesmo com muitos anos de mercado e com uma fama considerável, vários são os fatores que contribuíram para o fim da linha Sandero. Apesar de apresentar um câmbio manual de 6 marchas acoplado a um motor 2.0 aspirado com 150 cv.
Sua atualização em 2015 elevou demais os preços, mesmo sem nenhum outro concorrente na categoria, nenhuma das versões lançadas até o momento traz consigo grandes novidades, seja em tecnologia, seja em opcionais e equipamentos. Até bem razoável pro valor de mercado do veículo.
Mesmo sendo um carro com um custo não muito elevado, apresentou em suas últimas versões rodas aro 17 com pneus Michelin, controle de tração e estabilidade, direção elétrica, central multimídia, sensor de estacionamento e câmera de ré. Além de uma pintura exclusiva que teria alteração no valor da venda dependendo da preferência do cliente.
Mas afim, além do elevado custo, do baixo número de vendas e da lista de acessórios bem enxuta para o atual valor, o que de fato contribui para a saída desse esportivo de cena.
As novas regras de emissões e ruídos, do Proconve, 7 entraram em vigor a partir do próximo ano, para se adaptar às novas recomendações a Renault acredita que o investimento no motor 2.0 seja perda de tempo.
Visto que esse sistema de motorização não é mais utilizado na Duster, e nem na sua versão pick-up Duster Oroch. Com as vendas em baixa, investir num motor que já tem mais de 20 anos é financeiramente inviável, sem contar que o mercado está cada vez mais aberto a sistemas de motorização híbrida e/ou elétrica.
Sem contar ainda que a Renault não pode nada contra a maré. Assim como a demanda pelos carros híbridos e elétricos, os SUVs também estão ditando a moda e são muito mais rentáveis, tanto do pontos de vista econômico, como do ponto de inovação e tecnologia.
Sendo assim, muito se especulou sobre a adaptação do modelo de motorização implantado na nova Captur e possivelmente na nova Duster, a versão 1.3 turbo de 170 cv. Mas isso também aumentaria os custos tanto de produção quanto o valor final e tornaria o mercado ainda menos atrativo.
UM MERCADO NÃO MUITO FAVORÁVEL PARA O RENAULT SANDERO
Cada vez mais as montadoras estão deixando de atualizar seus modelos há muito tempo em circulação, com normas cada vez mais rígidas e com a tecnologia cada vez mais necessária nos veículos, reestilizar versões com mercado pouco atrativo e com um número baixo de vendas é um tiro no pé.
Ao mesmo tempo muitos outros fatores contribuem para essa retirada do mercado.
Sendo assim, o Sandero R.S se junta ao modelo Logan e a sua versão mais off-Road Stepway e não devem mais fazer parte do mercado nacional nos próximos anos. O que fica é o legado de um belo esportivo manual, um dos últimos vistos no Brasil.
Além do mais, essa versão do Renault Sandero marca a primeira versão desenvolvida pelo setor esportivo da marca francesa, a Renault Sport, fora do território francês.
O fim da linha de produção do Sandero e do Logan, do Volkswagen Fox e de muitos outros carros, como o Fiat Grand Siena e o Hyundai IX35, mostra que as montadoras não estão só preocupadas com a modernização e com o avanço na tecnologia dos automóveis, mas o conforto e o espaço também são fatores que estão sendo levados em consideração.
Portanto, apostas antigas que vingaram por anos e até mesmo carros novos estão perdendo espaço se não se adaptam às condições e exigências do público e do mundo.
As normas vão cada vez mais afunilando o mercado e tornando assim a seleção mais difícil mas com isso também vem a melhora, com carros mais seguros e mais cuidado com o meio ambiente.
Por fim, o Renault Sandero sairá de linha no território brasileiro, mesmo assim, podemos esperar muitas novidades nos próximos anos dentro do mercado automotivo, especialmente com as novas tendências desse setor.
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Te vemos no próximo post!